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(RESPOSTAS) Bateria 1 - Questionários sobre Contratos em Geral

(@victhornogaroligmail-com)
Membro Admin
Entrou: 2 meses atrás
Posts: 33
Topic starter  
  1. A liberdade de contratar é um direito absoluto no ordenamento jurídico civil brasileiro?
    ◦ Não, a liberdade de contratar deve observar a função social do contrato, conforme previsto no Código Civil.
  2. Quais princípios fundamentais devem nortear a conduta dos contratantes em todas as fases contratuais?
    ◦ Os contratantes devem observar os princípios da boa-fé objetiva e da probidade, tanto nas negociações preliminares, na conclusão e durante a execução do contrato.
  3. Em contratos de adesão, existe alguma regra específica para a interpretação de cláusulas ambíguas ou contraditórias?
    ◦ Sim, nos contratos de adesão, as cláusulas ambíguas ou contraditórias devem ser interpretadas da maneira mais favorável ao aderente.
  4. É considerada válida a cláusula inserida em contrato de adesão que preveja a renúncia antecipada do aderente a um direito inerente à natureza do negócio?
    ◦ Não, tais cláusulas são consideradas nulas de pleno direito, conforme o artigo 424 do Código Civil.
  5. A herança de pessoa viva pode ser objeto de contrato entre as partes?
    ◦ Não, o Código Civil expressamente veda que a herança de pessoa viva seja objeto de contrato (pacta corvina).
  6. Em que circunstâncias uma proposta contratual deixa de ser obrigatória para o proponente?
    ◦ Uma proposta não obriga o proponente nos seguintes casos:
    ▪      Quando os termos da proposta, a natureza do negócio ou as circunstâncias do caso não autorizarem tal conclusão.
    ▪      Quando feita sem prazo a pessoa presente, não for imediatamente aceita.
    ▪      Quando feita sem prazo a pessoa ausente, houver decorrido tempo suficiente para a resposta chegar ao conhecimento do proponente.
    ▪      Quando feita a pessoa ausente, a resposta não for expedida dentro do prazo estipulado.
    ▪      Quando, antes ou simultaneamente à aceitação, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
  7. A oferta ao público pode ser revogada pelo ofertante?
    ◦ Sim, a oferta ao público pode ser revogada, desde que haja ressalva expressa na proposta e a revogação seja feita pelo mesmo meio de divulgação utilizado para a oferta.
  8. Qual o procedimento a ser adotado pelo proponente ao receber uma aceitação tardia da proposta?
    ◦ O proponente que receber uma aceitação tardia deve comunicar imediatamente o fato ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
  9. A aceitação tácita é admitida no direito contratual brasileiro?
    ◦ Sim, a aceitação tácita é admitida quando a aceitação expressa não for costume ou quando o proponente a dispensar.
  10. Qual é a regra geral para o aperfeiçoamento dos contratos entre ausentes e quais são as exceções a essa regra?
    ◦ A regra geral é que os contratos entre ausentes se tornam perfeitos no momento em que a aceitação é expedida. As exceções são:
    ▪    Se o aceitante se retratar e a retratação chegar ao conhecimento do proponente antes da aceitação.
    ▪    Se o proponente tiver se comprometido a aguardar a resposta.
    ▪    Se a aceitação não chegar no prazo convencionado.
  11. Em qual local se considera celebrado um contrato entre as partes?
    ◦ O contrato se reputa celebrado no lugar em que a proposta foi formulada.
  12. O estipulante em um contrato de estipulação em favor de terceiro possui o direito de exigir o cumprimento da obrigação pelo promitente?
    ◦ Sim, tanto o estipulante quanto o terceiro beneficiário podem exigir o cumprimento da obrigação. Contudo, se o estipulante permitir que o terceiro reclame a execução, ele não poderá mais exonerar o devedor.
  13. É lícita a promessa de fato de terceiro no direito civil?
    ◦ Sim, é lícita a promessa de fato de terceiro. O promitente responderá por perdas e danos caso o terceiro não cumpra o prometido, exceto se o próprio terceiro se obrigar e depois descumprir, ou se o terceiro for o cônjuge do promitente e a indenização recair sobre bens comuns.
  14. Diante da constatação de um vício redibitório em um bem adquirido, quais são os direitos do adquirente?
    ◦ O adquirente pode requerer a redibição (devolução do bem com restituição do valor pago e despesas contratuais) ou o abatimento do preço. A escolha é do adquirente.
  15. Qual a responsabilidade do alienante em caso de vício redibitório no bem alienado?
    ◦ Se o alienante conhecia o vício, responde por perdas e danos além das despesas do contrato. Se não conhecia o vício, responde apenas pelas despesas contratuais. Mesmo que a coisa pereça em poder do adquirente devido ao vício existente, o alienante ainda será responsável.
  16. Quais são os prazos decadenciais para o adquirente pleitear o abatimento do preço ou a redibição em razão de vícios redibitórios?
    ◦ Para bens móveis, o prazo é de 30 dias a partir da entrega efetiva, ou 180 dias se o vício for oculto, contados da ciência do vício.  Para bens imóveis, o prazo é de 1 ano a partir da entrega efetiva, ou 1 ano se o vício for oculto, contado da ciência do vício. Se o adquirente já estava na posse do bem, os prazos são reduzidos pela metade.
     
  17. O que configura a evicção no âmbito dos contratos onerosos?
    ◦ Evicção é a perda da posse ou propriedade de um bem adquirido, total ou parcialmente, em favor de um terceiro, por força de uma decisão judicial ou ato administrativo anterior à aquisição.
     
  18. A responsabilidade pela evicção pode ser limitada ou excluída por meio de cláusula contratual?
    ◦ Sim, é lícita a cláusula que exclui ou limita a responsabilidade pela evicção, desde que seja expressa e o adquirente seja informado dos riscos ou, mesmo informado, assuma o risco. Também é permitido reforçar essa responsabilidade.
  19. A garantia contra a evicção é aplicável mesmo quando o bem é adquirido em hasta pública?
    ◦ Sim, a garantia contra a evicção existe mesmo na aquisição de bens em hasta pública.
  20. Quais são os direitos do evicto (aquele que perdeu o bem por evicção)?
    ◦ O evicto tem direito a:
    ▪    Restituição integral do preço pago.
    ▪    Indenização dos frutos que foi obrigado a restituir.
    ▪    Indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção.
    ▪    Custas judiciais e honorários advocatícios do advogado constituído.
  21. Para fins de indenização do evicto, qual o valor considerado como o preço do imóvel perdido?
    ◦ Considera-se o valor do bem no momento em que ocorreu a evicção, podendo ser diferente do valor pago pelo adquirente.
     
  22. Quais as consequências no caso de deterioração do bem adquirido antes da evicção?
    ◦ O dever de indenizar o evicto ainda existe, salvo se a deterioração decorrer de dolo do adquirente. Caso o adquirente tenha obtido alguma vantagem com a deterioração sem ter que arcar com os custos, essa vantagem será descontada da indenização.
     
  23. Havendo evicção parcial, quais as opções conferidas ao evicto?
    ◦ Se a evicção parcial for considerável, o evicto poderá optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente à perda.
     
  24. O adquirente que tinha ciência de que a coisa era alheia ou litigiosa pode demandar pela evicção?
    ◦ Não, o adquirente que sabia da condição alheia ou litigiosa da coisa não pode demandar pela evicção.
     
  25. O que caracterizam os contratos aleatórios no direito civil?
    ◦ Contratos aleatórios são aqueles em que existe a álea ou risco sobre a existência ou extensão da prestação de uma das partes, sendo a assunção desse risco elemento essencial do contrato.
     
  26. A que tipo de obrigações podem se referir os contratos aleatórios?
    ◦ Os contratos aleatórios podem envolver obrigações de dar ou fazer coisa futura (risco sobre a própria existência da coisa) ou dar coisa existente, mas sujeita a risco (risco sobre a quantidade ou qualidade da coisa).
     
  27. O contrato preliminar possui a capacidade de vincular as partes à celebração do contrato definitivo?
    ◦ Sim, o contrato preliminar vincula as partes à obrigação de celebrar o contrato definitivo, desde que contenha todos os requisitos essenciais deste, exceto quanto à forma, e não haja cláusula de arrependimento.
     
  28. Qual o procedimento judicial cabível caso uma das partes se recuse a cumprir o contrato preliminar, não celebrando o contrato definitivo?
    ◦ A parte interessada pode requerer judicialmente o suprimento da vontade da parte inadimplente, salvo se a natureza da obrigação se opuser a isso.
     
  29. O direito civil brasileiro admite o contrato com pessoa a declarar?
    ◦ Sim, o Código Civil admite o contrato com pessoa a declarar, no qual um dos contratantes se reserva o direito de indicar quem assumirá sua posição contratual.
  30. Qual o prazo para que o contratante indique a pessoa que assumirá seus direitos e obrigações no contrato com pessoa a declarar, caso não haja estipulação contratual em sentido diverso?
    ◦ O prazo para indicação é de cinco dias, se outro prazo não for estipulado no contrato.
  31. A partir de que momento a pessoa indicada em um contrato com pessoa a declarar é considerada como tendo adquirido os direitos e assumido as obrigações contratuais?
    ◦ Considera-se que o terceiro indicado adquiriu os direitos e assumiu as obrigações desde a data em que o contrato original foi celebrado.
  32. Em que situações o contrato com pessoa a declarar será eficaz somente entre os contratantes originários?
    ◦ O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários nos seguintes casos:
    ▪    Se a pessoa a ser nomeada não for indicada no prazo estipulado.
    ▪    Se a pessoa indicada se recusar a aceitar a nomeação.
    ▪    Se, no momento da nomeação, a pessoa nomeada for incapaz ou insolvente.
  33. De que forma se realiza o distrato, ou seja, a extinção consensual do contrato?
    ◦ O distrato se faz pela mesma forma exigida para o contrato que se pretende extinguir.
  34. Como se opera a resilição unilateral de um contrato e existe alguma situação em que ela não produz efeitos imediatos?
    ◦ A resilição unilateral só é admitida quando a lei expressa ou implicitamente a autorizar, mediante denúncia notificada à outra parte. Em contratos em que uma das partes realizou investimentos consideráveis para a sua execução, a resilição unilateral só produzirá efeito após o decurso de um prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
  35. O que consiste a cláusula resolutiva em um contrato?
    ◦ A cláusula resolutiva é aquela que prevê a extinção do contrato em caso de inadimplemento de uma das partes. Pode ser expressa, operando de pleno direito, ou tácita, necessitando de intervenção judicial.
  36. Em caso de inadimplemento contratual havendo cláusula resolutiva, quais os direitos do credor?
    ◦ O credor poderá requerer tanto a resolução do contrato quanto o cumprimento da obrigação inadimplida, sendo-lhe assegurado, em ambos os casos, o direito a eventuais perdas e danos decorrentes do inadimplemento.
  37. Em que consiste a exceção de contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus) em contratos bilaterais?
    ◦ A exceção de contrato não cumprido permite que uma das partes em contrato bilateral se recuse a cumprir a sua obrigação enquanto a outra parte não cumprir a sua própria obrigação.
  38. Há alguma outra situação em que uma parte pode recusar-se a cumprir uma obrigação contratual antes do prazo estabelecido?
    ◦ Sim, se ocorrer uma diminuição significativa no patrimônio de uma das partes, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação a que se obrigou, a outra parte pode se recusar a cumprir sua obrigação até que a primeira cumpra a sua ou ofereça garantia suficiente de que o fará.
  39. Em que consiste a resolução por onerosidade excessiva e como a parte pode evitar a resolução nessa situação?
    ◦ A resolução por onerosidade excessiva ocorre em contratos de execução continuada ou diferida quando, devido a acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, a prestação de uma das partes se torna excessivamente onerosa, gerando extrema vantagem para a outra. Para evitar a resolução, o credor pode concordar em modificar equitativamente as condições do contrato. Se a obrigação for de apenas uma das partes, ela poderá pleitear a redução de sua prestação ou a alteração da forma de executá-la.

   
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